segunda-feira, 23 de março de 2015

Meia Maratona EDP 2015

Boas!



Então sai mais uma história, esta mais atual pois é da prova de ontem, a Meia Maratona EDP 2015.

Era uma vez.... um dia que estava lindo quando acordei, bla bla bla, tomei o pequeno almoço e blá blá blá, e lá fui para o centro-sul, de onde ia a pé para a portagem!

No Centro-Sul, onde cheguei cedo por causa do corte do trânsito, tencionava subir a auto-estrada a pé até à portagem, aproveitando o corredor que estava criado pelas autoridades para afunilar o trânsito, tal como fiz noutras edições. Népia! Não se pode passar por aqui, responderam-me os Srs. Polícias... OK, sendo eu nascido e criado na Cova da Piedade, conheço bem a zona e atalhei até ao Pragal, pela Ramalha. Vou eu a subir, e noto que vou muito levezinho nas mãos...  xiça, esqueci-me da água que normalmente levo para ir bebendo antes das provas e que agora já vai a caminho de Lisboa!
Cheguei ao Pragal com a boca seca e lá fui cravar um copo de água a uma pastelaria! Isto começa bem! Para me proteger do frio matinal, levava uma poncha de plástico que me ofereceram numa prova e quase parecemos uns doentes à espera de entrar para o bloco operatório. Isso torna a coisa cómica e ouvem-se uns comentários. Assim foi quando entrei na pastelaria! Parecia um bandido a entrar num Saloon do Oeste... só faltaram as portas oscilantes e a cena estava montada!
Chego à praça da portagem bem cedo, pelas 09h15 e fico por ali à espera da malta conhecida.

Reunida a malta e prontos para a partida, que para não variar foi feita lá de trás do pelotão, chegou a hora do início da prova!
Levei 7 (sete) minutos a chegar à partida e adivinhava-se um longo serpentear pelos atletas durante o tabuleiro da ponte.  O Ricardo, que não tem corrido ia fazer a prova comigo, mas na partida perdi-o de vista e já só apanhei em Santos... e a partir daí andámos uns 10 km juntos até ele ter de parar devido a uma dor no pé, que se veio a verificar que seria uma bolha. Pois.. não corres, os pés desabituaram-se!!!
Antes disso, ainda em Alcântara passo pelo Vitor  e pela Isa dos 4 ao km, e apresento-me...
- Bom dia, tudo bem, não me estão a conhecer? Sou o Luis Estêvão, acompanho os vossos blogues!
Nem perguntei se o pé da Isa estava melhor (sorry), desejei uma boa prova e continuei em busca do Ricardo!

Perto dos 13 km, altura em que o Ricardo parou, íamos lançados talvez demais para os dois, por razões diferentes, e com um ritmo perto dos 4:30 min/km, para tentar recuperar algum tempo perdido na ponte. Mantive ainda esse ritmo por mais uns 3 ou 4 km, onde "dei o berro", perto dos 17, 18 km. Aí tive que diminuir para permitir aguentar o final da prova. O calor e a humidade estavam também a ajudar a fazer mais mossas a mim e a outros participante, e como é conhecido pelas notícias, isso trouxe consequências trágicas para um participante alemão. No final de prova passei por 3 participantes que estavam a ser assistidos por equipas de emergência! Eu próprio tive que me sentar no final da prova, pois estava a sentir-me muito ofegante e fraco. A preparação para esta prova não foi a melhor, com paragens de algumas semanas, e a medicamentação para a sinusite/rinite durante a semana antes da prova também sacaram algum rendimento e enfraqueceram-me.

Este ano fui surpreendido na zona da Meta, com aquela parafernália de corredores e filas para as bananas, águas , medalhas, gelados, que atolharam a zona da saída da prova e que fizeram com que demorasse cerca de 15 minutos para conseguir sair dali...

Para a história fica o registo de 1:48:16.

Ficou também uma vontade de refletir sobre a participação nesta meia maratona e noutras, que me obrigam a treinos mais longos do que eu deveria fazer, pois baixam-me as defesas do organismo, abrindo a porta para os meus problemas crónicos da esfera ORL.

A próxima é a Corrida VW, em Maio, com 12.5 km, uma distância mais ao meu gosto!

Hasta





   

quinta-feira, 12 de março de 2015

A lição do treinador José Araújo!



 


 José Araújo.
 
 
Mais uma história para partilhar, desta vez num misto de visita ao baú e homenagem  J
Vou aqui recordar um episódio com o meu antigo treinador José Araújo.
Foi ele que me orientou enquanto atleta iniciado, juvenil e júnior, naquela idade da adolescência, em que uma pessoa tem a mania que é o maior, que sabe tudo e se quer afirmar no mundo. Foi uma sorte e uma mais-valia “apanhar” alguém com a tarimba daquele senhor para acalmar as animosidades próprias da idade! O treinador José Araújo é uma daquelas pessoas humildes e divertidas, mas apesar disso tinha uma presença forte e inspiradora! Aparecia sempre com uma boa-disposição “marota” e sabida! Contagiante! O nosso grupo até era bem comportado, mas havia sempre aquela irreverência própria da idade, que de tão natural, só é constatada por quem está de fora a ver! Apesar da exigência, nunca se chateou com nenhum de nós e manteve sempre a rédea controlada!
José Araújo foi um atleta de relevo em maratonas nos anos 50 e sobre ele vou incluir aqui algo que encontrei na net e que copiei:
“José Araújo foi, antes do triunfo olímpico de Carlos Lopes, o atleta português que melhores classificações obteve nas maratonas das grandes competições internacionais: 8º no Europeu de Berna- -1954; 14º no Europeu de Helsínquia-1958. Tinha 30 anos (n. 3-9-1924) quando brilhou em Berna, acompanhando os primeiros até aos 38 km de prova. Nesse ano, conseguira o primeiro dos seus cinco triunfos consecutivos na Maratona Nacional.
Ele seria o primeiro português a baixar das duas horas e meia na maratona, chegando a um recorde nacional de 2.28.40,6.
Num país com tradições na maratona, eram mesmo assim raros os atletas que nos anos cinquenta se aventuravam na distância. E o desconhecimento de métodos de treino para a maratona era generalizado. Araújo chegou a correr 52 vezes 200 metros, com outros 200 metros a andar e a fazer treinos do Campo Grande ao Estádio Nacional e volta.
A par das maratonas, José Araújo fez provas de pista. E, em 1954, correu 30 km (75 voltas), estabelecendo os recordes nacionais de 15, 20, 25, 30 km e uma hora em pista, com marcas que seriam batidas apenas 23 anos mais tarde, por Armando Aldegalega.Terminada a carreira, Araújo ficou ligado ao atletismo, a treinar os jovens fundistas.”
E a minha história remonta a 1984, num desses treinos…
Durante o treino disse: “Já não participo em nada há uns 20 anos, vou com vocês correr a Corrida do Tejo! (1984)”.  Ficou tudo estupefacto! O velhote ainda queria correr numa prova?  
“Amanhã, vou rolar com vocês! Falta uma semana e meia, vou fazer alguns treinos!”
Perante tal novidade, ó meus amigos, a malta no dia seguinte não iria faltar! Com tantos treinos a levar na cabeça, e a esforçarmo-nos sob as indicações do mister, era a nossa vez de puxarmos por ele! Vais ver como nós andamos, ó velhote! :)
Se hoje, com 46 anos o meu andamento médio num treino anda por volta dos 5:05 min/km, imagino que na altura, com 15/16 anos eu andasse mais rápido alguns segundos, alguns mesmo!!! Para o nosso treinador de 60 anos nos acompanhar, teria que se esforçar! Ia ser desumano! eheheh
No dia seguinte lá estávamos prontinhos para o treino com o treinador, literalmente! Seríamos os 5 ou 6 do costume, mais o “mister”!
Arrancámos todos, com a novidade de um “estranho” companheiro no pelotão e logo nos primeiros instantes reparámos que o treinador ainda apresentava uma leveza de passada impressionante, apesar dos seus 60 anos.
Arrancámos da 2ª circular em direção ao Campo Grande, com passagem pela Cidade Universitária e volta, dando um percurso de ca. 10 km. Ao fim de cerca de 2 km, já mais ou menos embalados e aquecidos, inesperadamente quem toma a iniciativa é o “mister” e começa a puxar por nós, aumentando o ritmo! Foi tipo um estalo! Zás! Que grande chicotada no ritmo! “Então, mas o homem, o velhote, não corre há tanto tempo e anda aqui a abrir?” “Quererá se armar em bom ou quê? Nós é que temos 15 anos pá!”

Escusado será dizer o que já se adivinha… levámos todos uma esfrega tal, que lembro-me de na volta, a cerca de 1 ou 2 km do ponto de chegada eu e mais dois companheiros termos ficado para trás umas dezenas de metros, por não conseguir acompanhar aquele andamento diabólico! Olha o velhote, hein???
Talvez nos tenha querido dar uma lição, a nós adolescentes, donos do mundo e arredores? Se calhar foi isso. Mas que lição nos deu!
No final, no balneário a malta não falou muito do treino, acho eu…
 
E agora perguntam-me: “E então como lhe correu a Corrida do Tejo? Ele ficou à tua frente?”
R: “Eh pá... não quero falar disso, OK? “
Hasta


segunda-feira, 9 de março de 2015

A vitória no Cangalho!

Boas!

Uma vez que já recomecei a treinar, vou terminar a trilogia de histórias, porque depois vou estar concentradíssimo como o Futre, e não vai dar! :)

Esta é mais uma viagem aos meus tempos de juvenil/junior e desta vez nos regionais de pista da Associação de Lisboa, no velhinho Estádio de Alvalade! O ano deve ter sido por volta de 1984/1985...

Durante esses regionais de pista, iria competir nos 800 e nos 1500 metros. No dia dos 800 metros tinha de acabar a prova e seguir diretamente para um batizado e já só chegaria a tempo do comes e bebes, que teria lugar no popular e conhecido Restaurante O Cangalho, na zona saloia (ouvi dizer que fechou há alguns anos).
Para me apoiar na prova, nas bancadas tinha os meus pais e irmã.
Fazendo um aparte, esclareço que a minha carreira como atleta foi sempre mediana, pois apesar de esforçado não conseguia atingir aquele nível para vitórias ou grandes marcas. Por vezes lá contribuia com pontos para a equipa e já não era mau.

Naquele dia, lá estava eu para correr na estranha pista de tartan verde, a única do género em Portugal, e esperei a minha série, que era definida pelos tempos ao júri da prova. Nas inscrições para a série, feitas no local, a malta às vezes aldrabava um bocado os tempos para serem incluidos em séries mais rápidas, um pouco o que se passa hoje com as provas populares e as caixas de partida. Eu nunca o fiz, dei sempre o meu melhor tempo na distância, mas se fosse hoje daria uns segundos a menos, para ter melhores resultados, mas... adiante.
Dá-se a partida, e lá vou eu no pelotão para as duas voltas à pista. Os 800 metros são uma prova lixada, pois é feita no limiar do anaérobico e princípio do aeróbico, mas esta série estava lenta e na 2ª volta, para conseguir um melhor tempo decidi atacar a liderança e já não a larguei, terminando em primeiro. Tinha ganho a série, mas apenas seriam apurados os melhores tempos para a final, o que não consegui.
Entretanto na bancada, a família festejava a vitória como se eu fosse campeão.
O que estava combinado era que assim que eu despachasse a minha prova os meus pais avisariam para o restaurante, pois iriam tentar adiar um pouco o serviço para nós chegarmos a tempo. Assim foi e enquanto eu me equipei, isso foi feito via telefone, com a  surpreendente informação extra que eu tinha ganho a prova!

Chegados ao restaurante, entrámos e imediatamante oiço o artista de serviço que estava a cantar, que  interrompe a cantoria e anuncia " Uma salva de palmas para o nosso campeão, que acabou de vencer uma corrida em Lisboa. Parabéns Luis!".
De repente, cerca de 120 pessoas começam a aplaudir a minha vitória, que sabemos não ter sido bem assim. Alguns, já com umas entradas espirituosas no bucho, estavam bastante efusivos e ainda me deram uns abraços apertados!
- Mas... mas... eu não ganhei nada!", dizia eu à família! "Só ganhei a série!"
- "Ganhaste a série? Parabéns, pá! Temos campeão!!!"
Não adiantava... eu tinha ganho a prova e ninguém os convencia do contrário.
E enquanto eu percorria a sala, que era enorme, com capacidade para umas 300 pessoas mais o palco, e me ia dirigindo para o meu lugar na mesa, eu ia sendo aplaudido entusiasticamente como se fosse um campeão do mundo! "Então é assim que se sentem os campeões?" pensava eu...
Restou-me acenar e agradecer! :)

Às tantas, durante a festa, desisti de explicar um a um que o que tinha acontecido era uma simples vitória numa série e comecei a disfrutar dos louros! Que se lixe! Não traria grande mal ao mundo.
Foi assim  até ao final, com os alguns convidados, na sua maioria desconhecidos, que iam passando por mim e dando os parabéns! "Obrigado, obrigado...!"
Foi um dia de glória...

Foi assim que fui Campeão no Cangalho!

Hasta



 

sexta-feira, 6 de março de 2015

O treino do bacalhau crú!


Continuando a saga do "Enquanto não se treina... vai uma história?", fica mais uma para ir excercitando os neurónios e os dedos", e motivando o resto.

Esta é mais uma viagem aos meus tempos de juvenil, que saquei do baú!

Um certo dia de Outono, num final de um treino o treinador informou-nos: "No próximo Domingo vamos treinar para o as dunas no Guincho! - Ponto de encontro: PSP da Ajuda às 08h30!"
E sem adiantar grandes pormenores, pediu para a malta não faltar.
A malta ficou curiosa, mas com dunas pelo meio já se adivinhava um treino forte e duro! Isso era uma certeza, mas haviam dúvidas no ar.... "Vamos a correr da Ajuda até ao Guincho??? PSP? Equipamos onde?

E no dia e local marcado lá estávamos uns 6 ou 7, cheios de frio e à espera da "ação"! O nosso treinador ainda não tinha chegado e entretanto íamos sendo abordados por alguns polícias que entravam e saíam do quartel e nos viam equipados de fato de treino - "Bom dia, então, estão em forma ou quê?", "Preparados?"!
Ficámos ainda mais expectantes. Mas estes polícias conhecem-nos de onde?

O treinador chega e após cumprimentar a malta vai ao quartel falar com os polícias! Mais mistério!!! Afinal o ponto de encontro ali marcado tinha alguma razão de ser.
Alguns minutos depois sai e aparece também uma carrinha da Polícia, uma daquelas Mercedes com lugares atrás tipo brigada Swat, com bancos corridos ao comprido.
"Bora, subam, tudo lá para dentro!"
Parecia a "ramona"!

Finalmente o mister adiantou: "Vamos com a Polícia fazer o treino de dunas no Guincho!"!
AAAHHHHHH OK!
Lá fizémos a viagem até ao Guincho, nós juvenis e ainda uns miúdos um tanto ou quanto envergonhados, numa camioneta entre polícias, já homens feitos. Visto de fora deve ter dado uma imagem típica de polícias que apanharam uns miúdos a transgredir e foram dentro! :)

Chegámos ao Guincho e o tempo não estava nada agradável, com alguns chuviscos e bastante vento. Se a meteorologia não ajudava, o percurso também não ia colaborar, pois seria todo feito na areia e dunas do local.
Assim foi, durante cerca de uma hora, subimos e descemos as dunas e percorremos a praia,  para voltar a subir e descer as mesmas dunas repetidamente. A areia não ajudava nada... pelo contrário!Muito duro, duríssimo este treino, mas muito bom para a pernoca!
Era a pré-época do corta-mato e este era um treino para ganhar força, por isso o treinador não deixava a coisa abrandar - "Vamos, mais rápido!!!"
O pelotão compacto, constituído por nós e pelos polícias, que também eram atletas, foi-se dispersando e o esforço foi fazendo mossa e separando o pessoal. Lembro-me de no final do treino estar bastante desgastado! Subir dunas de areia solta é um esforço brutal, um treino para cavalos! Que bem que soube parar no final...

Terminado o treino e como o tempo estava agreste, fomos logo para a camioneta da "ramona" e lembro-me que eu e o resto do pessoal estávamos com uma fraqueza e uma fomeca tão grande que só pensávamos em chegar à Ajuda e enfiarmo-nos numa pastelaria qualquer!
Nisto, os polícias, tudo pessoal porreiraço e bem disposto, sacam de umas caixas de fruta e de postas de bacalhau (!) que devem ter trazido da dispensa do quartel... :)
Sirvam-se à vontade, disseram!
Eh pá.... cinco estrelas! Eu que nunca tinha comido bacalhau crú, agarrei-me logo a uma postazita bem parecida e comecei a trincar! Maravilha... que Pitéu dos Deuses! Até me babei todo! Aquele sal.. aquela fibra! Hum....
As peras e maçãs também foram devoradas com igual satisfação, com caroços e tudo!

Chegados à Ajuda, e como o caminho para casa ainda era longo e metia uma série de transportes, fui reabastecer à pastelaria na mesma! :)

Um abraço para os Polícias da Ajuda, que preparam um bacalhau crú como ninguém, pois nunca mais comi bacalhau crú na minha vida!

Hasta





 

terça-feira, 3 de março de 2015

Era uma vez... uma placa de sinalização!




Na falta de treinos... e para distrair a alma, venho aqui partilhar o que se passou há muitos anos num treino na 2ª circular. Outro dia lembrei-me disto e até contei a um amigo. Tenho de o postar, pensei!
Histórias de corrida são como as dos pescadores... há muitas e todos temos, mas existem aquelas que são tão caricatas que nunca mais se esquecem.

O que eu venho partilhar aqui, passou-se quando eu era um atleta juvenil, com 15/16 anos. Na altura eu ia para Lisboa treinar ao final da tarde, depois da escola, ou quando os horários permitissem. Depois dos transportes da Rodoviária e Carris, lá chegava finalmente e no Inverno os treinos eram sempre noturnos àquela hora, perto das 19h00.
Num desses dias, na companhia de outro atleta juvenil, o Paulo, rumámos do Estádio da Luz em direção à 2ª circular e em direção ao Estádio de Alvalade, para cumprirmos uma ida e volta de cerca de 30 minutos. Devido à poluição este não era um local muito utilizado por nós, pois normalmente íamos para o lado contrário, para o Monsanto. Mas naquele dia para não andar às voltas na pista fomos para ali, porque o Monsanto à noite não é convidativo!
O Paulo e eu entrámos para o clube na mesma altura, tínhamos um andamento parecido e nas provas, as distâncias preferidas e que corríamos eram as mesmas, os 800 e 1500 metros na pista e os corta-matos! Era normal treinarmos juntos muitas vezes!
Nesse treino, e já no regresso, íamos correndo no pequeno passeio cuja largura só dava para nós dois e em contramão, ou seja, com os carros a vir de frente. Quem conhece a 2ª circular, sabe que é um trânsito infernal àquela hora. Muitas luzes a ofuscar a vista...!!!
De repente, enquanto conversava com o Paulo, com o habitual bla bla bla e o andamento e o ritmo e tal... oiço um som CATRÁS (!) e enquanto falo, olho para o lado só vejo escuro, pois deixo de ver o Paulo!!! Oi? Uns 3 ou 4 metros à frente páro, olho para trás e vejo-o sentado no chão e com a mão na testa! O Paulo tinha batido com a cabeça numa placa ou sinal indicador de localidade e devido a um espetacular efeito-mola ficou sentado no chão! Talvez devido às luzes dos carros ele não se tenha apercebido do sinal, por ofuscação! Uma cena à Fail Army!

De início deu-me vontade de rir, mas logo me apercebi que ele, ao destapar a testa, tinha a mão com sangue!
Rapidamente fizemos um mini-diagnóstico e chegámos à conclusão que o melhor seria eu ir buscar ajuda ao clube, pois tinha um corte com cerca de 2,5 cm na testa! Lá fui em ultra-speed no último quilómetro para avisar o meu treinador, o Sr. José Araújo, que providenciou ajuda para o Paulo!
O Paulo foi para Hospital onde levou 2 ou 3 pontos!
Imaginem agora a reação dos outros companheiros de equipa quando souberam da história, que contámos inúmeras vezes! E pediam para repetir! eheheh
Os comentários eram inevitáveis!
- "Cuidado com esses dois, estão cá com um andamento!"
- "A que velocidade é que iam?" :)
- "Ali a velocidade máxima é 50 km/h!"
- "Mister, nós não vamos com eles, andam muito!"
E outros comentários que não me recordo agora...
Durante algum tempo, e enquanto o Paulo andou com o penso na testa, a coisa foi animada e relembrada!
Depois a história passou... até o outro dia, que a fui buscar ao baú!
Perdi o rasto ao Paulo, nunca mais o vi. Quem sabe lê um dia esta história ou algum próximo o faça e a malta ainda se encontra! Um abraço para ti Paulo!

Hasta

Setúbal Open Water 2023

A Nadar Novamente! Após uma primeira experiência em 2022, repetimos a participação na prova de natação em águas livres do Setúbal Open Water...